sexta-feira, 16 de outubro de 2015

JOSÉ SALDANHA UM GÊNIO ESQUECIDO




Pego agora na caneta
Pra escrever no papel
Pedindo a inspiração
Ao querido Deus do céu
Pra falar de Zé Saldanha
Em formato de cordel

Nascido no sítio Varas
No ano de vinte e três
No dia vinte e um de março
Pois foi naquele mês
Que seus pais agradeceram
Por tudo que Deus lhes fez

José Gonzaga de Oliveira
Seu nome na certidão
José Saldanha conhecido
Por toda a população
Pra história da cidade
Deixou sua contribuição

Luiz Gonzaga e Vicência
Os seus pais adorados
Que em toda a sua vida
Muito amor tinha devotados
Pegou todos os exemplos
E passou pros filhos amados

José era inteligente
Em tudo se destacava
Era muito irreverente
E de brincar então gostava
Mas era muito responsável
Nas coisas que praticava

Um gênio em sua época
O escritor assim falou
Nas páginas de um livro
O seu nome o exaltou
Zé Saldanha fez história
Mas ninguém dele lembrou

Na segunda guerra
Ele foi combater
Defendendo sua pátria
Com vigor pra valer
Lá aprendeu muita coisa
Pra desenvolver

Nossa cidade estava
Numa grande escuridão
Zé Saldanha vendo aquilo
Tomou uma decisão
Vou trazer a energia
Pra clarear nosso chão

Falou com Pedro Orelha
Pra trazer a energia
Que o povo da terrinha
Há muito tempo queria
A luz elétrica clareando
Para trazer a alegria

Pedro Orelha sem demora
O material comprou
Zé Saldanha muitos dias
Ocupado então ficou
Construindo aquela obra
E nada disso ele cobrou

Ele ficaria no encargo
Disso tudo então cuidar
Todo dia pela noite
O moto então ligar
Para que a população
Pudesse aproveitar

Ele também era chamado
Pra fazer a instalação
Da energia elétrica
A pedido do povão
Era um grande eletricista
Tudo fez com precisão

 Foi quando a prefeitura
Passou a comandar
E o motor da energia
Tava para se findar
Pois muito em breve viria
Paulo Afonso iluminar

Mas não foi só isso
Que ele então fabricou
Construiu muitas coisas
Que o povo adorou
Foi um grande cientista
Mas que nunca estudou

Ele construiu um rádio
Veja só que armação
Juntando peça por peça
Isto deu um trabalhão
Quando ele ficou pronto
Foi grande a animação

Muita gente então queria
Essa novidade olhar
Pois era a primeira vez
Que ouviria ele tocar
O povo fazia uma fila
Para o rádio escutar
  
O engenho movido a boi
Ele também modificou
O moto elétrico então
No engenho colocou
E o povo comentava
A modernidade chegou

A primeira máquina
De beneficiar algodão
Foi ele quem montou
Com muita dedicação
E as piladeiras de arroz
Passou por suas mãos

Foi também fotógrafo
Marceneiro e eletricista
Construtor, mecânico
E também maquinista
Várzea Alegre se esqueceu
Esse grande artista

Ele também foi pedreiro
O melhor da região
Fazia o tijolo e a telha
Tudo com perfeição
Fazia ripas e os caibros
Tava feita à construção

 Muitas coisas ele fez
Que não dar pra enumerar
Mas ficou na memória
Do povo do seu lugar
Desse grande artista
Que não irá se apagar

Sua esposa era conhecida
Por dona Felicidade
Viveu bastante feliz
Com ela na cidade
Era um amor perfeito
Sem nenhuma falsidade

Teve com ela os filhos
Com bastante amor
Elvira, Gisbete e José.
Presente do Criador
Educou a cada um
Com bastante rigor

Partiu pra Fortaleza
Distante do seu lugar
Pois sentia que sua missão
Ali tava pra se findar
Pois a cidade se modernizava
E dele não ia mais precisar

Lá montou um comércio
Pra viver em atividade
Curtindo a sua família
Com muita felicidade
Mas sempre recordando
A sua doce cidade

Dezesseis de outubro
Dois mil foi o ano
Que Deus nosso criador
Eterno e soberano
Chamou o nosso José
Pra morar em outro plano

Sua bondade era tanta
Transbordava em amor
Sua partida foi doída
Nos causou muita dor
Hoje está no paraíso
De nosso Deus Criador

Oh como foi triste!
Não gostamos de lembrar
Mas a sua hora chegou
De ir ao Pai se encontrar
No reino da oração
Onde iremos morar

 O José Saldanha foi
Um gênio esquecido
Várzea Alegre esqueceu
O seu filho tão querido
Merecia ser mais valorizado
E muito mais reconhecido

Governantes do meu lugar
Preste muita atenção
Não esqueça seus heróis
Falo com exatidão
Eles construíram a história
E aplainaram o vosso chão

Cumpri a minha missão
De no papel retratar
Falando de um homem
Que amou o seu lugar
Mas que é muito esquecido
Isso eu não posso aceitar

Infinitas saudades
Sentiremos palpitante
Relembrando sua pessoa
Amável e cativante
Ele partiu para a glória
Lembraremos a todo instante


 ISRAEL BATISTA

*Hoje dia 16 de outubro faz 15 anos de seu falecimento e esse poema faz parte do meu cordel JOSÉ SALDANHA UM GÊNIO ESQUECIDO

Um comentário:

  1. Meu bisavô! Não sabia muito de sua história, até meu avô José saldanhar contar! Tá explicado de onde vem muito de minha personalidade!

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