quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Serra do Gravié


Ainda hoje estive por lá.
Fui sentir a natureza e espantar as tristezas.
Fui ver minha cidade do coração dentro dos meus olhos.
Fui abraçar, de uma só vez o verde desse vale encantador.
Cheiro de terra molhada. Mantos verdes enfeitam a serra.
Árvores, antes secas, agora estão viçosas.
Os raios do sol brilham na folhagem da vegetação.
Estrada de terra que pede para trilharmos a pé,
Pois foi tocada pela erosão.
Erosão, fruto das águas das chuvas que de pingos em pingos fizeram correntezas.
Preciosa é a natureza. É vida e amor.
Aquele caminho estreito que nos tira da cidade,
Nos entrega uma linda paisagem.
Estradas, caminhos e grutas. Mistérios das matas.
Ar puro. Pura vida. Puro amor. O mais profundo silêncio.
Aqui, só a voz da natureza. O vento que sopra ou pássaro que canta.
Não são muitos os pássaros, mas ainda resistem e cantam.
Estreito caminho ladeado por matas. Um emaranhado de cipós.
Poucas marcas do progresso existem por lá. Sequer tem ladeira calçada.
E segue o caminho e segue a mata.
E assim a serra vai espargindo a energia positiva da natureza.
Encantando e fortalecendo a vida. Me sinto bem. Respiro profundo.
O ar toma os meus pulmões, que sinto mais fortes.
É naquele caminho de registrada tristeza passada.
Marcado pela história, misto de verdade e lenda.
Entre o amor e contenda de Maria e Bil.
Virou santuário de adoração e fé em Maria, a Serra do Gravié.
Cruzes com rosários entrelaçados testemunham a fé.
Sei que por lá, no mês de março o caminho é feito por muitos.
São devotos de uma santa não canonizada.
Santa pagã, porém é Maria a santa popular.
E lá, naquela capelinha, rezam até para de ano passar.
Não é esse o meu objetivo aqui. Quero apenas a natureza.
No cume daquela serra, com ampla vista do Vale do Machado.
A capelinha recebe uns poucos transeuntes que por lá passam.
Se só, alguns dizem que sentem arrepios na espinha e a epiderme a ouriçar.
Outros, pelo contrário, sentem paz, fé e emoção.
Vista da cidade a serra esconde a capelinha.
Mas dá para ver um Cristo de braços abertos.
Chama o Cristo o povo a ir até lá, de dia e de noite.
Esperando os corações dos filhos seus tocar.
Cristo chegou lá agora, já a capelinha tem mais de 50 anos.
Subida íngreme. Até chegar no alto da serra dá pra cansar.
Mas, quem lá sobe fortalece os pulmões com ar puro da natureza.
A mata está verdinha e a chuva ainda aparece. Fina, é verdade, mas é chuva e molha bem.
É a serra do Gravié, com seus encantos, lendas e magia um lugar para reflexionar.

Marcos Filho

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