Nem minha dor,
Nem minha tristeza!
Nenhum sentimento parece
Amolecer esse teu coração...
Nem parece o mesmo
Que ontem mesmo,
Dizia arder de paixão...
Beijo-te a boca na esperança
De te fazer ficar;
Um beijo de desalento,
Emoção, intenso desespero...
Olho-te sem entender
Por que recusas meu beijo,
Como se te provocasses ânsia, aflição...
Tento tocar teu corpo,
Na ilusão de acender teu desejo
E de ideia, quem sabe,
Te fazer mudar...
Mas tu estás irredutível...
Desisto.
Olha-me com tanto desprezo,
Que meu amor próprio
Não me permite ir além...
Teu silêncio e tua recusa:
Golpes certeiros na alma,
Feridas profundas no coração...
Agora a fera está acuada,
Agora a alma está ferida, calada!
Respiro fundo, levanto a cabeça,
Engulo em seco,
O gosto amargo da derrota,
Sabor mordaz da desilusão...
Tento recolher do chão
Meus últimos pedaços,
Mas como um último recurso,
Ainda ouso encarar-te...
Outrora,
Tão brilhantes e apaixonados,
Teu olhar hoje,
Refletem irreconhecível
Frieza, indiferença...
Deixo-te ir...
Olhos secos,
Coração aos prantos;
Alma rasgada,
Rosto transfigurado pela tristeza,
Deixo-te ir...
Sem gritos, sem choro, sem lamentos...
Quem sabe um dia, consiga te desejar
Toda felicidade do mundo, não é?
Mas não... Hoje não...
Hoje estou terminantemente impedida
Pela dor e pela mágoa;
Hoje estou tomada pela desilusão...
Por ora, só desejo que tu sintas
Intensamente minha ausência...
Por ora, só desejo que tu sejas
Profundamente infeliz sem mim...
Aliesh Santos
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